Trapo Voador

Relexões e fotos sobre parapente / Thoughts and photos about paragliding

13.4.08

Voar (e não só) Algodonales

Foi muito bom passar uns dias com pessoas com que nem sempre temos o tempo e as oportunidades necessárias – Sílvia, Lena, Bruno, Nunos, Doctor Black e com a malta mais “nova”, que trouxe também uma boa onda ao grupo.Da "Cueva" nada a dizer. Uma actividade a repetir novamente, sem duvida nenhuma, embora a decisão tenha sido pouco democrática.......( boa Nuno, estiveste bem). Uma aventura inesquecível e de uma beleza “Excêntrica”(sempre gostei de "cuevas", não sei porquê...). Para acabar o dia nada melhor do que voar. E assim foi, com uma sorte descomunal, o levante baixou e lá conseguimos voar pela primeira vez. Uma excelente restituição, a fazer lembrar Linhares, onde se subia por todos os lados e onde acabávamos a aterrar estilo morcego. O movimento mais visto no ar, nesse dia, foi o do pessoal a tirar os óculos escuros e a pensar "Ah, afinal ainda tenho mais dez minutos de voo". A Sílvia e o Nuno Virgílio, os primeiros a descolar, ainda estiverem bem alto e a grande maioria dos pilotos fez ainda 40 minutos de voo.Depois Sábado, um dia complicado, dado que o vento não dava mostras de acalmar e, quando parecia que estava no bom caminho, acelerou e não deu hipóteses. Mas o espírito continuava alto, e vai de descer a montanha a pé, que de carro não! Isso nunca. Os outros que foram de carro prepararam uma bela castanhada para os aventureiros.Domingo - A grande Aventura!!!Domingo foi decidido encerrar as actividades por volta das 11 horas. Embora as montanhas sobre Ronda não tivessem a mesma quantidade e espessura de nuvens dos dias anteriores, o vento continuava forte e o pessoal decidiu ir andando a ver se dava para voar no caminho. Eu tinha duas opções: ou vinha com a malta até ao cerro, ver se se voava, ou ficava em Algodonales à espera da minha boleia para Algeciras. Depois de alguma indecisão decidi ficar (e com a asa) não fosse o vento amainar.Despedidas feitas, restava-me uma seca de 7 horas a espera da minha boleia....mas não foi bem assim. Aproveitei para ir tirar umas fotos na vila e fui ter com o Gerard, um senhor que tem um centro de parapente em Algodonales. Primeiro problema: ele não tinha carro e não sabia se podia ir voar. Ainda me deu o telefone de um Inglês que faz subidas para a descolagem, mas o tlm estava desligado. Fui para o Albergue, onde me pus a dormir. Quando acordo, por volta da 3, ainda não se estava a voar, mas 5 minutos depois descola a primeira asa, depois a segunda....outra ...outra...Aí comecei a ficar nervoso. Já se voa e eu sem ninguém para me levar para a descolagem. Ligo ao Gerard, e nada, ao Inglês, nada, ao Paco de Albergue, nada. Vou dar uma volta pela vila. Todas as escolas de parapente estão sem ninguém. Nada feito. Mas não desisti. Fui ter com a senhora do Albergue e perguntei onde poderia arranjar alguém para me levar à descolagem. Disse-me que talvez houvesse uma hipótese, um senhor que estava a trabalhar, mas que talvez não se importasse. O senhor lá veio e, depois de alguma conversa e de mais 30€, estávamos no carro a caminho da descolagem. Com isto tudo são já 16:15 e o caminho até à descolagem é longo.Depois começam as dúvidas: será que o vento não vai estar forte quando chegar....estou sozinho e sem ninguém que saiba que eu estou a voar....a minha recolha não conhece o caminho, e só deve chegar pelas 20/20.30, o que implica uma espera de, pelo menos, 1.30 na aterragem...só cá voei na sexta feira e não sei onde se sobe, será que vou fazer só uma marreca?....será que me esqueci do GPS no quarto?.....Ao contrário de outras situações, controlei bem toda esta ansiedade. Quando cheguei à descolagem comecei a preparar todo o equipamento e a observar onde os outros pilotos estavam a subir e como estava o dia. O pessoal das escolas estava com dificuldades em descolar porque o vento tinha alguma intensidade e, quando entravam os ciclos, o vento subia imenso. Preparo tudo, espero um ciclo mais fraco e descolo na perfeição. Sigo pela esquerda, como tinha feito na sexta-feira, e em direcção aos outros pilotos que estavam alto, tentando ir até à vertente mais virada a Leste. Mas a parede não dá muito apoio e já se encontra, na sua maioria, à sombra. Os pilotos que estão mais alto vêm em direcção a Oeste, para a vertente ao sol, e os pilotos que vão para o vale não sobem. Eu estou abaixo da descolagem e decido seguir também em direcção à vertente ao sol. Volto novamente à descolagem, embora consideravelmente mais baixo, mas lá consigo subir um pouco. O vento parece-me mais S que SE pelo que, no venturi à frente da descolagem, se subia um pouco. Continuo baixo em relação aos pilotos que estão mais altos que a descolagem. Tento descobrir como chegar ao pé deles....não quero marrecar. À minha frente vejo um nó da estrada, ainda ao sol, com um formato de concha, que ficava bem na frente da crista da descolagem e penso que se há sítio para soltar térmica, é ali. Vou até lá e Bingo!!! Lá estava ela. Enrolo a térmica que me leva até 120m acima da descolagem. Agora posso relaxar, estou ao nível dos pilotos mais altos e decido tirar umas fotos e fazer uns filmes dos abutres que andam a enrolar com os parapentes. Depois, uma nova decisão a tomar. Os pilotos que tinham subido comigo foram para a vertente virada a O NO, subir nas térmicas da vertente. Eu não conheço bem o sítio, e tenho de garantir com segurança a aterragem na oficial, por causa da recolha. Não posso arriscar aterrar noutro sítio. Vou um pouco até lá, olhando para o campo de futebol de Algodonales como hipótese alternativa. Entretanto, os pilotos que estão nessa zona também não sobem muito e decido não arriscar. Fico mais algum tempo na crista à direita, que está cada vez mais à sombra, pelo que não me resta muito mais tempo no ar. Começo a descer para o vale e vou em direcção à aterragem.Já na aterragem meto conversa com um piloto alemão que tinha passado o voo a cumprimentar-me, pensando que Eu era um piloto do seu grupo. Conversa puxa conversa, lá arranjo boleia para Algodonales. Fixe!!! Dois problemas resolvidos a recolha e um belo banho antes de jantar. Termina assim a minha aventura em Algodonales. O voo, enquanto voo, não foi nada de extraordinário, mas para mim significou muito, por todas as opções tomadas e pela aventura vivida. Foi pena não estar mais ninguém com quem partilhar toda a minha felicidade, mas para mim esta aventura significou muito. Até à próxima.

Um Abraço e Bons Voos,


Fonte da Telha - Video

Fonte da Telha



Um Abraço e Bons Voos

Aberta Nova - Video

Bom Dia,

Seguem alguns videos produzidos durante a paragem do blogue.




Este Local de voo a sul, perto de Sines. É um local fabuloso para voo dinâmico. Uma falésia com cerca de 15 kms de praia deserta, salpicada aqui e ali com algumas praias típicas- Praia da Galé, Pinheirinho....Um WAGA perfeito.....

Um Abraço e Bons Voos,

12.4.08

VOLTEI

Depois de alguns meses de problemas com o acesso ao blog, finalmente consegui acesso.
Esperem pelo regresso, que é já a seguir.

Um abraço e Bons Voos

4.9.06

II Festival de Parapente Linhares da Beira


Fui para Linhares com o objectivo de tentar conciliar duas coisas que, infelizmente, são dificilmente conciliáveis: o Parapente e a Família. Contudo, desta vez a coisa resultou. O festival estava muito bem organizado e as actividades paralelas preencheram bem os tempos livres daqueles que, vindo por causa do parapente, não vinham necessariamente voar. Passeios de burro, de cavalo, bicicletas, parque infantil, descida de "rapel", passeios às praias fluviais, a taberna do alcaide - http://www.tabernadoalcaide.serradaestrela.com/ ...qb para manter a família ocupada e feliz, sempre que tinha de me ausentar para voar. Esta ideia de competição de clubes, embora alguns achem que é uma competição a feijões, agrada-me bastante, dado que é uma oportunidade de pensar o parapente em termos colectivos e trazer para o parapente o espírito de grupo, potenciando a actividade de clubes/ associações deste país, que são um pouco esquecidas e muito pouco incentivadas na nossa modalidade. Espero que continuem para o ano. Em relação a voos no sábado, já cheguei um pouco tarde (cerca das 3 da tarde ) e tínhamos vento forte na descolagem. Os pilotos que descolaram cedo safaram-se bem e ainda houve quem fizesse cerca de 40 Km, ficando bem perto de Espanha. No domingo a previsão era muito boa, mas, como em muitas ocasiões, o vento forte fez-se sentir desde cedo, o que transformou uma excelente previsão num dia mediano de voo. Descolagem cerca das 16 horas quando, finalmente, o vale começou a impor os ciclos de forma mais organizada, fazendo baixar o vento na descolagem. Descolei e as térmicas estavam consistentes, subia-se bem no castelo, na descolagem à direita, mas não consegui subir acima dos 1400 m , onde havia, junto à montanha, uma forte mudança de direcção e intensidade do vento. Andei cerca de 40 minutos a tentar subir perto da descolagem para tentar fazer uma baliza à esquerda, mas o vento parecia suficientemente forte para se conseguir voltar para o vale. De repente, observo alguns pilotos bastante alto no vale e sigo para lá, pois parecia que estavam em condições de sair para distância e sabia que um deles deveria ser o Nuno Gomes. Tarde demais, fui para o vale e não consegui subir e foi vê-los sair para a Guarda. Fica para a próxima. Entretanto um grupo de pilotos que tinha descolado da Azinha junta-se a nós em Linhares: Fonseca, Zé Manel....e mais alguns. Domingo, o vento estava mais calmo, com previsão de aumentar ao longo do dia. Perto da uma hora começou a ficar consistente e pensei em sair cedo para tentar evitar o vento forte no ínicio do voo, a ver se conseguia subir nas primeiras térmicas. Demasiado optimista, saí cedo de mais e embora tenha conseguido manter-me ao nível da descolagem, rapidamente marrequei. Quando o pessoal que esperou começou a descolar, o vento ficou forte mas alguns pilotos ainda sairam para distância, mas bastante baixos. O alojamento escolhido ajudou bastante e, não sendo de longe a opção mais económica, a quinta do adamastor - http://www.quintadoadamastor.com/ - é, sem dúvida, um local onde se podem passar momentos bem agradáveis. O trato das pessoas é fabuloso, o local também e o restaurante é bem dentro do que estamos habituados nas terras serranas. Em resumo, mais uma excelente promoção para o Parapente Nacional a colocar mais uma vez Linhares e a Serra da Estrela em lugar de destaque, trazendo, como já não se via há muitos anos, TODOS ( e foram realmente muitos) ao berço do parapente nacional.

3.8.06

Montalegre - Estágio de Cross


Neste início de Primavera tinha em mente uma viagem até Piedrahita para iniciar a temporada de Voo em Montanha. Nesta viagem iríamos fazer um estágio de Cross com a equipa da Wind. Tudo preparado, ao contrário do que é normal, 2 a 3 dias antes da viagem. Contudo, a Meteo não estava favorável: a passagem de uma frente coincidia com os primeiros dias de voo e deixava uma previsão de vento forte e de quadrante NE que não era nada bom para Piedrahita. Partimos 6ª feira (dia 21 Abril) rumo a Linhares, ainda sem saber qual o nosso destino, para pernoitar na casa do parapentista. De manhã, logo se via qual o melhor local para voar.
Dia 22 Abril - Sábado Acordámos pelas 7.30, lá fora um frio de rachar com ventos de cerca de 60 a 70 Km/h, com 4 graus junto da muralha do castelo, nem fomos ver a descolagem, mas passámos ainda, no que para nós será sempre uma bela recordação, O Café do Tio Mimoso... O moral estava em baixo. Pensei que esta viagem não ia ser o que tínhamos programado durante meses. Lá seguimos rumo a Norte, depois de decidir que iríamos para o Larouco. Não era Piedrahita, mas era o melhor local que as previsões indicavam e já que ali estávamos não iríamos desistir. Passagem por Mirandela para encontrar mais 3 companheiros de voo, Passarinho, Cordeiro e Chico. Mais tarde, haveria de se juntar a nós o Apolinário e respectiva família, vindos directamente do Algarve. A paixão do voo é assim. A media que subíamos para Norte o céu foi abrindo, as nuvens desaparecendo e o vento diminuía de intensidade, afinal parecia que o Deus Larouco estava por alí. Chegados a Montalegre, parecia que tínhamos mudado de país. Estava um belo dia de Primavera. O vento de NE no limite fez com que começássemos o estágio pela teoria, antes da prática. A tarde foi passada numa esfrega de teoria pelo Nuno Gomes e o Cristiano Pereira. Que bela esfrega. O Nuno já todos nós conhecíamos de prelecções anteriores mas o Cristiano foi uma novidade. Grande mais valia poder partilhar experiências com dois pilotos desta craveira, ainda por cima com um sentido pedagógico acima da média. Fizemos um "forcing" na teoria, porque as previsões para os dias seguintes eram muito boas para voar e queríamos passar a maior parte do tempo na montanha e, se possível, bem alto e longe.
Dia 23 Abril – Domingo
Acordámos cedo, como de costume, às 7.30. Na montanha, o amanhecer é um momento mágico. O prazer de sair para a rua descalço, ir para cima de uma pedra e contemplar a natureza, sentir o cheiro das plantas e ouvir o chilrear dos pássaros é inspirador e comovente. Tenho sempre este sentimento quando tenho a oportunidade de desfrutar de um dias fora do stress da grande cidade. Mais teoria pela manhã. As previsão indicavam vento N/NE fraco com tecto a 2400m e formação de nuvens. Planeamos uma possível prova para esse dia e subimos para a descolagem Sul. O vento estava NE, mas com um pouco mais de intensidade do que as previsões apontavam. Um grupo de franceses estava na Descolagem. Tinham vindo de férias ao Larouco para voar. Acertámos os instrumentos e fomos observando a evolução das condições. Saiu o Sam para verificar as condições e esteve para "marrecar" mas lá subiu um pouco e fez "top landing". Depois Saiu o Paulo Herculano e foi directo para o chão. As condições estavam a rodar para N e decidimos ir para a Descolagem de Baltar (já no lado espanhol da serra do Larouco). As condições estavam razoáveis, mas, com vento, a térmica tinha bastante deriva. Já não voava térmica há algum tempo mas,rapidamente, (muito mais rápido do que o ano passado, onde andei meio perdido inicialmente),todas as sensações voltaram. Entra, deixa entrar, roda e segura para não cair a sotavento. Foi um voo bastante agradável e com muita gente nas mesmas térmicas, foi engraçado voltar a enrolar, com muito pessoal a marcar as zonas onde se subia. Subi 400 metros acima da descolagem, numa térmica a derivar para Montalegre, mas estava baixo e fui contra o vento pelo meio do vale, onde enrolei mais umas térmicas. O Paulo Herculano tentou ir para Montalegre mas ficou numa aldeia perto da descolagem. O Cristiano subiu bem, mas como ninguém se conseguiu juntar a ele, andou a passear pelo vale. A maior parte do pessoal que não subiu muito, ficou curto para a aterragem oficial e foram ficando espalhados pelo vale. Eu, ainda alto, poderia aterrar na oficial mas decidi ir aterrar noutro lado. Era o treino para escolher locais fora da aterragem oficial. Não foi difícil. Um belo campo não lavrado onde tinham aterrado a Lena e o Apolináro. Pouco depois, o Cristiano aterrou também junto de nós. Não tinha começado nada mal este estágio no Larouco. Depois, mais um voo de fim de tarde para descontrair.
Dia 24 – Segunda-Feira Mais um dia a acordar cedo: 7.30. Hoje, dormi melhor. Lá fora as eólicas rodam bastante mais devagar que o dia anterior. A previsão feita na noite anterior indicava que hoje seria possivelmente o melhor dia de estágio. Tínhamos decidido que hoje iríamos chegar cedo à descolagem para observarmos a evolução das condições. Aprender a seleccionar o melhor momento para descolar é crucial. Muitas vezes, a janela do dia são 3 ou 4 ciclos bons que permitem subir nas melhores térmicas, chegar à nuvem e sair para distância. Assim foi. Chegámos cedo, montámos a prova na descolagem enquanto observávamos as condições: Baliza em Gralhas, voltar à descolagem e sair em direcção à barragem. Hoje, não temos o Cristiano que tem sido a nossa sonda e a nossa referência no ar, mas, mesmo assim, como estão os franceses, acaba por haver algumas asaS no ar para observarmos quem sobe e quem desce. Os ciclos estão mais fortes e menos espaçados e temos um cúmulo atrás da descolagem a sotavento do monte. O Nuno Gomes avisa que para ir à nuvem é preciso subir na térmica à frente e depois derivar a sotavento para a nuvem. Esta informação vai ser importante no decorrer do voo. Saem os primeiros pilotos e descolo no ciclo seguinte. Não me afasto muito do monte para ter algum suporte e não marrecar mas não consigo encontrar térmica e estou a ficar com pouca altura. Mais abaixo, o Bruno e o Apolinário estão à procura de térmica à esquerda no vale, cerca de 50 a 60 metros abaixo de mim. O Apolinário encontra a térmica mas já está muito baixo, dirijo-me para lá ao mesmo tempo que o Bruno. Cá está a térmica que precisávamos. Começo a enrolar e subo até aos 1900m (cerca de 400 m acima da descolagem). Reparo entretanto que o Bruno não está comigo e não conseguiu subir. Olho para a térmica de sotavento, onde o Fernando Amaral está a chegar à nuvem, mas não encontro forma de lá chegar. Abaixo de mim, vêm a Lena e o Chico, mas de uma térmica que derivava da direita do monte e que confluía com a minha que vinha da esquerda. Nesta altura oiço pelo rádio o Herculano a sair para Gralhas. Fico indeciso, ir para Gralhas ou tentar ir a sotavento....O Chico e a Lena já chegaram à térmica de sotavento e estão a seguir em direcção à nuvem. Decido tentar encontrar a térmica de onde eles tinham vindo, para ver se esta derivava mais para sotavento do monte. Encontro a térmica e chego novamente aos 1900, mas estou sensivelmente na mesma posição em relação à montanha. E a Lena e o Chico já saíram para distância. Estou sozinho. O resto da malta marrecou. Decido então sair para distância sem ir a sotavento. Cometo um erro porque, ao procurar um gatilho que me parecia lógico, o autódromo de Montalegre, saio da estrada de nuvens onde estava, para ir para outra paralela. Entro no azul e faço cerca de 5 km, sempre a descer para chegar ao autódromo. Quando chego, encontro a térmica mas já não estou muito alto e o cansaço já se faz sentir. Ainda enrolo a térmica mas ao fim de 4 voltas perco a térmica e decido aterrar junto à estrada, na entrada de Montalegre. Assim foi a minha primeira distância, apesar de tudo estou contente. Foi a primeira e a primeira é sempre especial. Tenho a noção que poderia ter ido mais longe, o Chico fez 22 Km e a Lena cerca de 30. A seguir, as emoções do costume. Comunicar a posição pelo rádio, despir o fato, arrumar a asa, telefonar à mulher e aos amigos a comunicar o feito e esperar pela recolha. Chega o Sam e vamos juntos recolher o Chico e a Lena. O Chico aterrou na barragem no golo previsto e a Lena segui em direcção a Boticas. No rádio, nada. Seguimos a estrada e finalmente conseguimos falar pelo telemóvel. Estava em São Salvador de Viveiro e queríamos saber como lá chegar. A Lena passa o telemóvel a um local para nos explicar qual a melhor estrada e tomamos a direcção indicada. Os Gps com mapa são uma ajuda preciosa. Depois de encontrarmos a terrinha no mapa, foi só seguir as instruções. Entramos na terra e perguntamos a uma menina se tinha visto aterrar um parapente. O seu sorriso não enganava. Tinha, com certeza, visto algo de diferente hoje. Imediatamente, apontou para a paragem de autocarro, a uns 20 metros, onde estava a Lena a acenar-nos. A menina e os seus amigos da escola, tinham ajudado a Lena a dobrar o parapente. Estavam na sala de aula quando avistaram um parapente e foram todos para a rua ver. A professora agarrou na máquina de filmar, filmou a aterragem e, para espanto de todos, esta máquina voadora era pilotada por uma menina. Foi um fim de tarde em cheio. A Lena estava com o mesmo sorriso que a menina da escola. Tinha feito o seu melhor voo até hoje. Beijos e abraços e fomos o resto da viagem a ouvir o relato dos voos do Chico e da Lena. De volta a Montalegre, os pilotos que de manhã ficaram na descolagem oficial, tinham ido descolar para Norte - Baltar. Ao chegarmos a Montalegre, vemos diversos pilotos na nuvem. Tentamos descobri quem seria e começamos a identificar o Pacífico, o Apolinário, o Passarinho o Cordeiro e o Zé Manel. Os Franceses vinham um pouco atrás mas também estavam na nuvem. Que dia em cheio, todos tinham feito as suas distâncias. Ia ser uma noite em cheio com muitas aventuras para contar. Subo a descolagem Norte e estou bastante cansado. A Lena e o Chico decidem não voar mais, mas eu tento mais um voo. As condição já não eram as ideais mas mesmo assim ainda fiz cerca de 40 minutos de térmica. À noite, jantarada no castelo com sorrisos qb e com o Nuno a revelar a quantidade de impropérios nortenhos dirigidos à minha pessoa, felizmente com o rádio desligado, por não ter ido à nuvem a sotavento. Ainda fomos analisar os voos no computador mas rapidamente porque estava tudo muito cansado mas muito, muito satisfeito.
Dia 25 – Terça-Feira Último dia de Voos. O cansaço já se faz sentir e as saudades de casa também. O dia está pior que ontem. O vento Norte impôs-se desde cedo e fomos para a descolagem de Norte-Baltar. O vento estraga um pouco as térmicas que apresentam uma grande deriva e muito partidas. Mesmo assim, voa-se bem, sobe-se bem junto ao monte e, para quem sabe, até no vale . O Cristiano saca uma térmica no chão que enrola até à descolagem, enrolando a térmica do dia. Fantástico!!! Mas tudo o que é bom tem de acabar, fomos aterrando um a um, dobrando as asas e arrumando a trouxa para voltar a casa. É bom voltar para casa com os objectivos cumpridos. Voámos muito, igualámos as descolagens com as aterragens e estamos cansados mas muito contentes de voltar para casa para junto da família que já reclama a nossa presença. Um muito obrigado à equipa da Wind e até à próxima.....em Mirandela!!!!

22.2.06

Linhares em Fevereiro


Em Linhares no Inverno também se voa. Nas jornadas pedagógica organizadas pela INATELe pela WIND voou-se e não só.


No Sábado subiu-se a mais de 2000mt com os pilotos veteranos da competição Pedro Moreira e Alex de a darem o mote. Térmica por todo o lado para todos os gostos. Estiveram bastantes asas no ar com pilotos a fazerem várias horas de térmica. Houve registos de +6 no vário.
Outros houve que decidiram optar pelo espírito ACRO......certo Artur.
No domingo, ainda no Âmbito das jornadas os participantes inscritos fizeram um mini torneio de futebol, andebol e volei no polidesportivo de Linhares e houve ainda quem se inicia-se em mini passeios pedestres pela zona. Pela tarde a continuação de muitos voos, mas com pouca térmica.

Um abraço e Bons Voos.





8.1.06

Domingo na Arrábida / Sunday at Arrábida 8 Jan 2006




Domingo Voou-se na Arrábida. Muitos pilotos da zona de Lisboa e do Sul do país. Uma delegação de pilotos de Porto da Espada e muitos deltas no ar a trazer um novo colorido à Serra.

6.1.06

Voo na Quinta-feira / Thurday 5 Janeiro 2006 Flights



A FDT funcionou como nunca. 200 metros acima da descolagem. Cheguei à Fonte da Telha (FDT) praticamente não havia vento, apenas uma brisa vinda de Oeste. No mar uma linha de vento parecia vinda de Sudoeste. As estações meteorológicas perto de Lisboa todas indicavam vento de Noroeste. Tinha vindo de Lisboa que já se encontrava tapada de nuvens.
Na indecisão de ir para o Meco ou Bicas, decido ficar mais um pouco à espera do Zé Carlos, que entretanto, tinha ligado a dizer que vinha a caminho.
Um quarto de hora depois chega o Zé. Entretanto as nuvens tinham-se aproximado da FDT. Quando chegámos à descolagem já o vento soprava moderado de Oeste, com alguma componente Noroeste. As previsões não haviam falhado. Como estávamos sozinhos e as condições já estavam bastante puxadas combinamos voar um de cada vez no caso de as condições aumentarem ainda mais. Ajudo o Zé a descolar. Embora um pouco fortes as condições estavam dentro dos limites e após 10 a 15 minutos de voo o Zé consegue fazer “toplanding”. Pouco depois descolo Eu com a ajuda do Zé. Em altitude o vento mantinha-se bastante normal. O gradiente de vento não era muito significativo. As nuvens também não estavam ainda a provocar grande turbulência. Contudo o vento aumento um pouco de intensidade. Tento fazer “toplanding” mas a cada aproximação, ao passar na zona da descolagem, subo 15 a 20 metros, impossibilitando a aterragem. Decido aterrar na praia porque um grande cúmulo congestus se aproxima. De volta à descolagem com o céu já menos tapado de nuvens, paramos um pouco para descansar e comer uma bucha. Descola o Luís que entretanto tinha chegado.
Voltamos a descolar. Entretanto chega o Pedro. No ar decido ir até aos canhões. Depois de pasaar a primeira estrada, vejo que uma asa vem atrás de mim. Tiro a câmara de filmar faço alguns minutos de filme. Vejo que era o Zé que tinha vindo comigo e reparo que também o Pedro vem a caminho. Espero um pouco pela sua chegada. Voamos agora os três em direcção da segunda estrada. Reparo que estamos agora muito altos. A vista é magnífica e bastante diferente no normal. Verifico no vário 191 metros acima da descolagem, que se encontra a 70 metros aproximadamente. Quando chegamos ao bico o Zé decide voltar para trás e viro com ele em direcção a Sul, já que na nossa frente temos mais um lindo congestus. O Pedro decide tentar passar a estrada mas baixa muito e decide não arriscar e volta para trás. Estou já com bastante frio. Após uma hora de voo, sem as calça de polar, apenas com uma calças de fato de treino e umas calças corta vento, já estou bastante desconfortável. Decido aterrar na praia perto do Luís que entretanto tinha aterrado. Decido experimentar com esta asa uma descida rápida de orelhas e acelerador a fundo. A asa porta-se bem com uma boa taxa de descida e com bastante velocidade horizontal. Na descida e já com um congestus bastante próximo, uma forte turbulência, faz abrir a orelhas sozinhas. A asa desequilibra-se um pouco. Tiro acelerador e volto a por orelhas e de novo acelerador a fundo. Aterro junto ao Luís. O Zé faz “toplanding” e o Pedro vem aterrar junto de nós, na praia. Pouco depois, chegam o Adalberto e o Nuno para nos recolher. Tinham ficado em casa à espera do vento e quando chegaram já estava demasiado forte. Domingo, Será que dá Arrábida ou será pedir demais para o último dia de férias. Um Abraço e Bons Voos

The FDT site was fabulous today. 200 meters (aprox 650 ft) 230 above take-off in a site placed 70 meters ASL (aprox. 230 ft). When I arrived a low wind condition from W was present with some clouds coming from NW. A wind line in the sea seems coming from SW. All the weather stations near Lisbon indicated NW wind. At that moment Lisbon was already covered by clouds. Thinking on going to other sites near by facing NW, I decided to wait for Zé Carlos.
A quarter of an hour latter Zé arrives. The clouds are already in the site and wind is now moderate from W. The forecast was right. As we were all alone and the conditions were building up strong we decide to fly one at a time in the case that the conditions became stronger. I help Zé to take-off. Thou a little strong the conditions were within the limits and after 10/15 minutes Zé top landed. After I take off with Zé helping me. In altitude the wind was pretty normal. The wind gradient was not significant. The clouds still don’t generate much turbulence. The wind increased a little bit and I try to top land but in each time a try to make the approach, passing the take off zone I climb 20 to 30 meters make the landing not possible. I decide to land in the beach because some pretty massive cumulus congestus is in route. Zé came to pick me up and in return to the take-off we stopped to eat something. Now, with the sky more clear we help Luís to take off.We take-off again. In the mean time Pedro arrives to the take-off. I decided to go a little North passing the first road. I notice that a wing is following me in the transition. I take my video camera and make several minutes of film. I saw that is Zé that is following me and that Pedro also is coming towards us. I wait a little by they arrival. Now we all fly in the direction of the second road going North. I notice that we are unusually high. The view is superb and a little different of the normal. I check my vario that is showing 191 meters above take off. When we arrive to the edge of the cliff Zé decided to go back and not to make the transition to the other side of the second road. I follow Zé but Pedro decided to go for it. It catches turbulence and goes down rapidly and decided to come back. I am not with a lot of cold. After 1 hour only with normal pants and wind stopper I am already very uncomfortable. I decided to land near Luís in the beach. I go for the land making ears and with full accelerator, to check this wing in this rapid descend configuration. The wing behaves solid and with a good descend ratio. During the descent a strong turbulence coming from a congestus cloud re-opens the ears. I take out the accelerator to put the ears again and went to full acceleration mode. I land near Luís as Zé makes top land and Pedro join us in the beach. After a while Nuno and Adalberto arrives to get us. The have arrived a little late thinking that the day will not be good for flying, and when they arrived to wind at the take-off was already very strong. Sunday, Is it possible to fly Arrábida or is it to much to ask for the final day of vacations?